27 de mai. de 2013

Inteligência aprisionada

Este blog nunca foi — nem poderia ter sido visto como — uma ferramenta de atualização periódica de minhas expressões (ou qualquer definição mais adequada — o importante é a palavra "periódica").Afinal, provavelmente eu tenho coisas a dizer com uma frequência maior do que uma vez a cada 2,8 anos, não é mesmo? Aliás, eu costumo ter mil coisas a dizer por minuto, enfim...
Mas o que será que me move a querer registrar algo aqui, justamente aqui? Acesso o Facebook o tempo todo, oras! E agora estava observando que é muito raro escrever algo autoral por lá também.
Bom, mas entender por que preferir escrever aqui a escrever lá é fácil: aqui lê quem quer, enquanto no Facebook a gente "obriga" todo mundo a ler o que se escreve.
Inclusive isso diz muito a respeito das pessoas. Com certeza não sou a primeira a fazer uma classificação dos usuários, mas esta é a minha:
  • O sem noção: não tem qualquer constrangimento em postar as coisas mais toscas — e levar qualquer moral embora junto
  • O fodão: sabe exatamente o que dizer — independentemente de sua intenção, visto que a atinge com primor
  • O inseguro: teria coisas interessantes a dizer, mas por receio de virar um sem noção fica contido
  • O tosco consciente: categoria depreciativa que criei para me autoenquadrar, já que achei pretensioso me classificar como insegura — para você ver o nível de insegurança!!!
E eis que interrompo essa classificação, pois está ficando idiota demais, socorro!
Mas o fato é que, ao tentar entender por que sou tão contida nas redes sociais, uma vez que ao vivo sou uma metralhadora verbal, bateu a maior angústia! Uma angústia que batizei de "inteligência aprisionada". Vou dissertar a respeito. Considerando que:
  1. quando era criança, eu escrevia redações enormes e muito fodonas! Não quero nem saber se eram realmente boas, mas eu as achava boas e isso, é claro, é suficiente;
  2. quando criei o blog eu postava um monte de merda numa boa — e o mundo nunca acabou por causa disso;
  3. eu costumava me achar inteligente, ainda que insegura em vários outros aspectos;
agora estou passando por uma crise intelectual. Ando me sentindo burrinha como nunca!
Dando continuidade às enumerações, vamos às possíveis causas:
  • Parei de estudar, o que estacionou o desenvolvimento dos meus neurônios.
  • Minha própria inteligência me fez andar com pessoas mais inteligentes, o que, comparativamente, me deu a impressão de estar mais burra.
  • Agora que sou mãe, linda, independente e bem-sucedida, não tenho mais do que reclamar e resolvi achar sarna para me coçar.
Bom, provavelmente é tudo isso junto!
Minha vida está com um zilhão de pendências a serem resolvidas, mas vou colocar na listinha um pouco mais de literatura — e uma dose de chá de semancol.
Isso deve resolver a princípio!

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